sexta-feira, 27 de novembro de 2009

INICIAÇÃO DE MINHA EX ESCRAVA

Sábado as 15:00 hs em uma suite de hotel em Recife:


Após um belo almoço e uma bela tarde juntos numa bela suite,a mandei ir ao banheiro se preparar para sua iniciação,senti um certo receio vindo de seus olhos,corpo e mãos trêmulas,quando eu a vi entrar no banheiro peguei todos os objetos que seriam utilizados na sessão e avisei -la que antes de sair me informa-se pois ela teria uma surpresa. Quando ela me avisou,peguei a máquina e a entreguei,pois ela teria que tirar fotos dela,depois disso,solicitei que ficasse de costas para a porta,entrei no banheiro,vendei os olhos dela,coloquei a coleira e a conduzi até o quarto próximo a cama. Foi neste momento que ao mesmo tempo que senti que ela estava entregando-me o corpo e a alma,também senti medo do que poderia acontecer.Como tinha explicado a ela,seria tudo com calma e muito respeito ao seu limite.Iniciei com o chicote deslizando pelo seu corpo ao mesmo tempo despindo-a de seus trajes,peguei a vela e fui despejando pingo a pingo pelo seu lindo corpo,com espaços de tempo entre os mesmos para não a machucá-la,coloquei-a de quatro levando-a até a frente da cama e mandei-a subir e ficar de quatro,ela,com seu jeito meigo,submisso,atencioso e delicioso de ser, atendeu com certo receio.Foi quando realmente foi dada a sua iniciação,senti seu medo aumentar com a primeira chicotada que recebeu,aquela bunda linda ficando marcada com minhas chicotadas,que depois voltei a usar os pingos de vela também,com seus gemidos saindo de sua linda boca eu a ordenei para calar-se. Mesmo vendada pude notar lágrimas escorrendo pelos seus olhos,a tranquilizei lembrando-a que respeitaria seu limite,foi quando sem ela esperar desferi o primeiro tapa naquele rosto sedoso,lindo e macio,de imediato veio aquele urro com uma mistura de tesão e dor,notando que aquele tapa a tinha excitada desferi o segundo,também seguido de um urro,só que esse mais intenso,ao desferir o terceiro ela virou o rosto e sem notar atingi o seu ouvido.Voltei a postá-la de quatro e comecei a chicotea-la com mais intensidade e sem que ela notasse comecei a usar novamente os pingos de vela,seguido de vibradores e as bolas tailandesas,essas delicadamente introduzidas em seu ânus.Liguei o vibro e comecei a massagear seu clitoris a informando que não teria ordem de gozar,que como uma boa serva foi obedecido a rigor. Após determinado tempo comecei a esfregar meu pênis em seu corpo,pés,pernas,bunda,costas,rosto e finalmente chegando em sua boca ordenei que o engolisse. Ela o engoliu e começou a mama-lo como se fosse um pirulito,o primeiro pirulito que uma criança teria recebido.Enquanto tudo isso estava acontecendo,deixei a maquina numa posição bem adequada para filmar tudo que estava acontecendo para depois assistirmos como ela agiu em seu inicio,por mais que eu a ordena-se e ela também quizesse não tinha como controlar seus belos gemidos,foi então que eu amordacei-lá com uma fita de pano para tentar controlar um pouco mais seus deliciosos gemidos.Como,além de serva,ela era e é meu grande amor,fui alternando entre tapa,beijos,chicotadas,beijos,pingos de velas e mais beijos;foi quando eu a permitir gozar com seu vibro penetrado em sua doce gruta,outro em seu clitóris e as bolas tailandesas penetradas em seu ânus,mas,ela só realmente chegou ao puro extase quando eu a penetrei com meu menbro enrijecido e pulsante que logo em seguida veio nosso gozo esplendoroso.
Ainda vendada e algemada levei-la até ao banheiro,coloquei-a sentada na privada e sem ela saber no que estava para acontecer,desferi um tapa em seu rosto seguido de um beijo e a disse: Agora receberas o seu prêmio por ter sido uma boa menina na sua iniciação,foi quando a dei uma chuva dourada por todo seu corpo e ela como uma boa escrava agradeceu por este reconhecimento.

Bom pessoal,essa foi a iniciação de uma ex escrava minha e que hoje se transformou uma grande amiga minha.

Abraços e beijos bdsm para todos.

RELATO DE UMA ESCRAVA EM SEU ADESTRAMENTO EFETUADO POR MIM E Sra RAINHA BBW

quinta-feira, 26 de novembro de 2009
SESSÃO DE ADESTRAMENTO!!!!!!!!!!!!!!!







Uma surpresa, esperada que chegou de forma inesperada.






Recebi um telefonema da SRA Dona de mim, avisando que passaria por um adestramento, que separasse todo o material: Velas, Fósforo, Feijão, Arroz, Cenoura, Palmatória, Cane, Consolo, Plug, elásticos e estivesse pronta depois de banho, com sutiã e tanga transparente que já havia mandado eu comprar.




Entrei no MSN falei com a SRA DONA DE MIM, e ela ordenou que eu começasse a fazer o que tinha ordenado, fui tomar banho, um banho tranquilo, pois deveria me lavar muito bem, tomei um banho perfumado e profundo, sai do banho e coloquei um shortinho, os elásticos vermelhos ( de festa ) nas virílias, e o sutiã. Em seguida separei tudo que havia sido pedido e deixei organizado.





O adestramento estava marcado para começar depois das 21:30, porém foi adiado para 03:00hs , o Sr Marques, entrou no msn e ao telefone com a SRA DONA DE MIM, me perguntou se eu tinha algo a dizer aos dois, respondi: Sim Sr, desejo ser adestrada para servir bem e dar muito prazer a SRA DONA DE MIM; Ainda ao telefone com minha dona o Sr. Marques ordenou que eu abrisse a cam e mostrasse um a um tudo que havia separado para a sessão, assim eu fiz mostrei um a um, pediu ainda para ver os elásticos na virilia, quis ver o sutiã e a calcinha também, mandou acender a luz e virar de costas para ver a parte de traz, depois perguntou se entendi que estava marcado para as 03:00 e eu deveria me apresentar de joelhos no feijão, respondi sim SRA, errei e então ele mandou eu pegar a cane e bater com força nas nadegas pe lo meu erro, assim fiz e ele mandou sair do msn e so conectar as 03:00hs. Mandou tapões pra mim e eu obedeci imediantamente e sai, fiquei nervosa, agitada, feliz, com medo e muito apreensiva.




Deitei um pouco, mas não consegui dormi, virei de um lado pra outro, minha xaninha latejava e eu transpirava, levantei , fui la fora, andei, respirei , bebi agua, deitei de novo e dormi um pouquinho, porem ja tinha colocado 2 celulares para tocar as 02:45hs.




Assim as passar e me levantei, coloquei a tanga, acertei os feijões no chão, conectei as 03:00 e ajoelhei.




Percebi que estavam conectados e com a Web aberta a SRA DONA DE MIM e também o Sr. Marques a observar e dar ordens juntos.




Nesta hora eu estava calma e inteiramente entrega a este momento mágico que a tantos anos eu desejo viver, passar, ser submissa, me submeter, obedecer, estar nas mãos de uma pessoa dominadora, respirei fundo e as ordens começaram.




De joelhos no milho, me vou ordena colocar um pregador em cada bico dos seios e epertar bem, assim eu fiz, dor foi imensa e a respiração se altera, a xaninha quase que automaticamente lateja e vai ficando molhada, porém a dor é enorme e fico entre prazer e dor, mas lembro que estou sendo avaliando e devo obedecer e suportar e me sentir feliz e assim é meu pensamento.




Me foi ordenado que mostre os joelhos no milho e os pregadores no seio, mas não tenho experiência com a Cam e me enrolei um pouco, logo o Sr Marques irritado me chamou Vadia, burra e mandou eu afastar a Cam, pois não queria ver minha cara de coitada.




Imediatamente eu obedeci e me afastei da Cam, mandou eu rodar os pregadores nos mamilos e com força, eu fiz e o Sr. Marques mandou eu fazer de verdade e mostrando na Cam, assim eu fiz e vi estrelas a xaninha se encheu todinha, mas eu esta nervosa, pois eram as ordens, o medo de não estar fazendo bem, responder escrever para mostrar que estava sendo atenciosa, tudo ao mesmo tempo, nada fácil para uma iniciante, mas eu fiz o melhor , dei o melhor de mim.




A SRA DONA DE MIM, mandou eu naõ xiar somente continuar a obedecer e pegar uma vela, primeiro peguei uma clarinha, e logo fui chamada de idiota pois deveria usar a vela mais escura, ou seja a marrom.




A esta altura meus joelhos doiam muito, eu estava ja sem condições de continuar ajoelhada pois o feijão entrava na pele, sem aguentar pedi para levantar, o que me foi negado e continuei, acendi a vela marrom e mostrei na Web, em seguida foi ordenado que pingasse no rosto por dez minutos, comecei a pingar de um lado e do outro do rosto, depois a ordem e pingar apenas de um lado, eu gemia a cada pingo, mas foi excitando e não via a hora de poder me tocar e gozar e comecei a rebolar, doia tudo joelhos, seios latejando, os seios eram os mais doloridos depois dos joelhos e assim foi até eu receber a ordem de trocar a vela marrom pela verde e continuar a pingar por mais 10 minutos.



Nesta hora não suportava mais os joelhos e a SRA DONA DE MIM mandou ficar mais 2 minutos e assim foi até a ordem de levantar e acender a vela verde e pingar por mais 10 minutos no rosto de um lado só, a vela pingava no rosto e tambem nos seios, por alguns minutos após levantar do joelho me veio no pensamento uma alegria, eu sorria por dentro, mas a dor era profunda e não chegava a face, eu transpirava de desejo, sentia alegria de estar sendo dominada, um sonho íntimo no inicio de se tornar real, fácil não é, é duro e dificil as batalhas internas nesta hora floresceram junto com todos os outros sentimentos, mas as ordens não paravam e o pensamento era rápido, pois estava ali apenas para a obedecer e dar prazer.



Em seguida a ordem vou pegar a palmatória e bater forte no rosto na onde havia pingado a vela, bati com força, logo ficou vermelho e continuei por vários minutos com força batendo no rosto, aquilo doia demais, mas não podia decepcionar e assim suportei tranquilamente.



Após isso a SRA DONA DE MIM, mandou eu pegar a cenoura e chupar, chupar com vontade e prazer, chupar até chegar na garganta, assim fiz até ter ansia de vomito e a comida voltar, rapido cospi e continuei a chupar, a SRA deu uma bronca mandando não cuspir e sim deixar a saliva escorrer e assim mostra que sou uma putinha obedeci e continuei a chupar e babar muito, escorria tudo da minha boca sem controle algum, minha unica concentração era chupar profundamente.´



Após a cenoura, me foi ordenada lubrificar o plug e coloca lo no rabinho, assim eu fiz, coloquei a cam de modo que pudesse ser vista e começei a enfiá-lo, até colocar todo e gemer de dor, tremer, rebolar, que vontade de gritar, ate vir a ordem de sentar com o plug.



Nesta hora mesmo, recebi a ordem de que no dia seguinte deveria ir trabalhar com o plug.



Eu estava enlouquecida querendo gozar e com dor, excitada, rebolando e me contraindo para não gozar sem permissão e a SRA perguntava se sua cadelinha queria gozar, com surros e uivos eueu dizi sim SRA, e assim se prologam alguns minutos até eu receber e a permissão e DELICIOSAMENTE pode gozar e tira o plug.



Fui ao céu e voltei, gozei deliciosamente e agradeci de joelhos a SRA DONA DE MIM e ao Sr. Marques.



Deste primeiro adestramento me ficou as seguintes lições:
ENTREGA, HUMILDADE, OBEDIÊNCIA, CONFIANÇA E DEVOÇÃO.



Obrigada SRA por este início e obrigada Sr. Marques pela paciência .




Com carinho

cadelinha da SRA - RAINHA BBW

DICIONÁRIO BDSM

Dicionário BDSM


Tentaremos abordar aqui as práticas e termos mais freqüentes dentro do BDSM. Esta listagem se propõe a auxiliar os novos a se familiarizarem com alguns termos comumente usados no BDSM mundial. Pretende também servir como um embrião que nos possibilite utilizarmos termos comuns, designando, por sua vez, idéias comuns a todos.

A autoria dos verbetes é de um dos mais respeitados especialistas em BDSM no Brasil: nosso caro amigo, Mestre Votan.

Este dicionário é o que podemos chamar de "obra aberta", pois se encontra em permanente construção: novos verbetes serão incluídos, periodicamente, por Mestre Votan. O autor também aceita sugestões dos leitores sobre termos e práticas que gostariam que fossem aqui elucidados.

Lembramos sempre que qualquer prática está baseada no credo do São, do Seguro e do Consensual (SSC). Toda e qualquer ação fora destes conceitos deixa de ser erótica e prazerosa, tornando-se patológica.

Limitamo-nos a descrever algumas das atividades mais comuns dentro do BDSM e acreditamos que o(a) leitor(a) terá o bom senso de não praticá-las sem o devido treino e troca de experiências. Alertamos que algumas das ações mencionadas aqui podem causar sérias lesões físicas.


Abrasão -

Estimulação da superfície da pele por materiais abrasivos, tais como: couro cru, lixa fina, escovas com cerdas metálicas ou não, etc... com a intenção de provocar sensações intensas no(a) submisso(a). Pode ou não deixar marcas temporárias.

Agulhas -

Prática que não é muito comum dentro do BDSM. Consiste no uso de agulhas para se conseguir um efeito psicológico intenso no parceiro(a). Os casos que temos conhecimento usam agulhas de acupuntura com penetração sub-cutânea. Relatam-se casos de uso de agulhas hipodérmicas também. Outra prática potencialmente perigosa em função de doenças sexualmente transmissíveis. Registramos que o adepto desta modalidade tem seus conjuntos de agulhas individuais. Não são equipamentos que possam ser emprestados. As agulhas descartáveis são quebradas e jogadas no lixo depois de uma sessão. A regra adotada pelos participantes é a mesma de outras práticas: cabeça e pescoço são regiões proibidas para inserção de agulhas. As regiões corpóreas mais freqüentemente utilizadas são: seios, coxas, nádegas, pernas, pés e, em alguns casos, a região genital. As agulhas são de um calibre muito pequeno, e são comumente usadas para acupuntura. Acreditamos que o efeito é muito mais psicológico do que o estímulo da dor física per si.

Algolagnia -

O ato de transformar a dor em prazer sexual. Um sinônimo para sadomasoquismo.

Anal Play (Jogos Anais) -

Qualquer fetiche ou prática sexual concernente ao ânus e/ou reto. Normalmente inclui: sexo anal, rimming, enema e fisting anal.

Anal Training (Treinamento Anal) -

Toda e qualquer atividade que vise a preparação do ânus para o "Anal Play". Normalmente pode durar dias ou semanas, como, por exemplo, um exercício de dilatação do ânus, preparando-o para ser usado, o que demora pelo menos 2 semanas.

Anallingus -

Palavra de origem latina para exprimir o sexo oral-anal. É o mesmo que "rimming" para os americanos.

Asfixia -

Prática de restrição de ar ou do fluxo sangüíneo amplificando a sensação do orgasmo. Muito perigosa, podendo ocasionar a morte.


Baunilha -

Termo usado para indicar o sexo convencional. Pessoas que não estão envolvidas em BDSM.

Barras de Imobilização -

São barras de metal ou madeira, de diversos comprimentos, geralmente com um gancho no seu centro, são utilizadas para manter braços e/ou pernas abertos e imobilizados. Podem vir com tornozeleiras e/ou pulseiras nas extremidades ou não. Dificultam ou impedem o submisso(a) de andar e dão acesso à área genital. São utilizadas de diferentes maneiras quanto a sua fixação.

Bastinado -

De "bastão" (Do latim: "bastonis"," bastum") Ato de bater nas solas dos pés. Acredita-se que o bastinado teve sua origem no mundo árabe, onde até hoje é usado. Foi "importado" pelos europeus na época das primeiras cruzadas. Também é referido a algumas regiões da Ásia, como forma de castigo aplicada pelo marido à mulher e aos filhos. A idéia do castigo do bastinado no mundo árabe, além da dor física como forma de punição, é deixar o castigado sem poder andar temporariamente, devido aos ferimentos da punição, em uma clara posição de humilhação. O Castigo consiste em imobilizar o(a) submisso(a), normalmente com as solas dos pés para cima, e aplicar golpes com uma varinha de "canning" somente nas solas dos pés. Deve-se observar que os pés possuem um grande número de terminações nervosas e ossos delicados e a possibilidade de um acidente é real. Não se aplica o bastinado com objetos duros como pedaços de madeira ou chibatas.

BDSM -

É a fusão de Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo (BDSM).

Bondage -

O "B" do BDSM. Bondage na verdade conforma as práticas de escravização. Popularmente usado para referir-se a atividades de imobilização com cordas, lenços, algemas de couro ou metal, tornozeleiras, "spread bars" (barras de alargamento que servem para manter pernas e braços abertos visando à imobilização do(a) parceiro(a). Todas as "cenas" de Bondage remetem ao tema básico: o cativeiro. Dentro dos grupos e comunidades de BDSM existe uma regra básica de segurança, definindo que imobilizações ou "amarrações" só são feitas do tórax para baixo. Cabeça e pescoço são áreas proibidas devido à possibilidade de asfixia. Dentro do S.S.C. há um limite de tempo para se deixar alguém imobilizado, em decorrência da possibilidade de isquemia tecidual, ou seja, da falta de irrigação sangüínea em uma área. Algumas pessoas acham extremamente sensual a situação de estarem imobilizadas, à mercê de outrem. Estar fisicamente imobilizado dentro de um contexto de consensualidade dá a possibilidade para os aficcionados de experienciar sua sexualidade livremente, o que, talvez, de outro modo, estas pessoas poderiam não ser capazes de se permitir em virtude de questões morais ou de educação. Bondage pode ser também visto como a transferência da responsabilidade para quem coordena a ação.

Bottom -

(Do inglês: "bottom": fundo, inferior, nádegas) Termo em inglês para se referir ao submisso(a).

Branding -

Queimadura na pele. Normalmente com ferros aquecidos ao rubro, para produzir escarificação. O Branding pode ser parte de uma cena, de um ritual ou modificação do corpo. Os desenhos geralmente consistem em linhas e curvas não conectadas, feitas individualmente e cada uma separada da outra por uma porção de pele não alterada. A razão para as linhas não conectadas é garantir que os elementos que formam o "design" da figura não cicatrizem em uma figura disforme. A pele humana cicatriza de maneira diferente da pele do gado. É o uso de um ferro em brasa, com uma letra ou símbolo para marcar definitivamente alguém. Deve ser sempre são, seguro e consensual. Historicamente, o branding é relacionado como símbolo de criminalidade ou escravidão. Marcas eram colocadas em criminosos na Idade Média, e em escravos. Encontrado na comunidade BDSM em relacionamentos estáveis e duradouros, onde o(a) submisso(a) consente em levar uma pequena marca de "propriedade". Os locais mais comuns para o branding são os seios, a parte interna dos braços, a região lombar, nádegas e parte interna da coxa. Como, ao cicatrizar, o branding aumenta de tamanho, atingindo de 2 a 3 vezes o diâmetro original, especialistas em branding usam pequenos "moldes" para esta prática. É uma atividade bastante controversa dentro da comunidade BDSM. Mesmo feito com todos os cuidados é extremamente doloroso, traumático, agressivo ao corpo e permanente. E os relacionamentos humanos no mundo de hoje são mutáveis. Como dizia o poeta Vinícius de Morais, "Que seja eterno enquanto dure...".

Breast Bondage -

Ato de amarrar os seios femininos com corda, cadarço, bandagens, etc. Como parte de um jogo erótico BDSM. Pode incluir "nipple bondage", onde se amarram os mamilos dos seios. Deve-se tomar cuidado com a amarração dos mamilos para não se provocar uma isquemia tecidual.

Body Modification -

Qualquer atividade de modificação ou ornamentação do corpo como ritual erótico, decorativo ou de fetiche. Comumente incluem tatuagem, piercing, branding e cortes superficiais.

Butt Plug -

Objeto em forma de pênis, mas com um estreitamento na base, próprio para ser inserido no ânus. Normalmente de látex ou borracha. Alguns podem vibrar ou expelir líquidos. Podem ser usados para treinamento anal.

Cage -

(Do inglês: gaiola) Podem ser de metal ou madeira, mas devem ser grandes o suficiente para acomodar uma pessoa.

Cane -

Uma vara de bambu ou rattan, que geralmente tem entre 30 e 60 centímetros de comprimento. Muito utilizada pelos ingleses durante sua permanência na Índia, como instrumento de disciplina.

Canga-

(Do chinês: "Kang-kia") Instrumento de tortura que consiste em duas tábuas articuladas que se abrem no sentido longitudinal. Possue três ou cinco recortes simétricos por onde se encaixa e se prende a cabeça e os punhos ou, a cabeça, os punhos e os tornozelos do escravo(a). As tábuas são fechadas e o escravo(a) é impedido de sair. Pode ter várias alturas diferentes aumentando o suplício do escravo(a);

Cateter -

(Do grego "katheter"). Sonda cirúrgica. Instrumento tubular feito de materiais diversos, o qual é introduzido no corpo com o objetivo de retirar ou inserir líquidos e efetuar exames. No BDSM é utilizado para controle das necessidades fisiológicas do submisso(a).

Cateter de Foley -

Tipo de cateter onde um balão pode ser inflado com uma solução estéril em uma das extremidades.

Cat o' Nine Tail -

(Do inglês: gato de nove caudas) Termo originalmente usado para se referir a um chicote usado pela marinha britânica em punições à bordo de seus navios de guerra. Atualmente usado para referir-se a chicotes com muitas pontas.

Cavalete -

Peça com quatro pés, revestida de espuma ou não na parte superior, podendo conter argolas para fixação dos punhos e tornozelos. Dentro do BDSM o cavalete é amplamente utilizado para a prática do spanking ou canning. O escravo(a) debruça-se no cavalete e é atado nas argolas do mesmo. O cavalete deixa o escravo(a) exposto ao dominador(a), pela posição assumida.

CBT - Cock and Ball Torture -

(Do inglês: Tortura de Bola e Pau) Prática de tortura específica do submisso masculino. Consiste em se aplicar jogos de tortura na região genital masculina. Basicamente se usam "clamps", cintos de castidade para pênis, pesos, etc..

Chibata -

Peça composta de um cabo e uma haste semi-flexível, normalmente utilizada para montaria. Consegue-se bastante precisão no spanking.

Chicote -

Composto de um cabo, uma única longa tira de couro, podendo ter na ponta um pedaço triangular de couro. É o instrumento usado pelos domadores de feras nos circos.

Cinto de Castidade -

Aparelho fechado por cadeado ou outro dispositivo que outrora as mulheres usavam, principalmente na idade média, com a finalidade de impedir as relações sexuais. Dentro do BDSM os cintos de castidade tem aplicações temporárias, por horas ou dias, e normalmente são de couro ou um metal não oxidante. Visam impedir o contato sexual. Para os submissos homens existe um aparelho que envolve o pênis e torna a ereção extremamente dolorosa.

Chuva Dourada -

Ver: "Golden Shower"

Chuva Marrom -

Ato de defecar no submisso(a) Deve-se notar que as fezes contem inúmeras bactérias e germes nocivos á saúde.

Clamp -

Prendedores usados em mamilos, lábios vaginais, escroto, etc. Acessório comum em uma cena de SM. Pode ter mola para aumentar ou diminuir a pressão, pode ter ganchos para se pendurar pesos ou correntes. Normalmente fabricados de plástico ou metal.

Coleira -

Um símbolo de entrega usada por um(a) submisso(a). Uma coleira é posta ou dada em um relacionamento como um profundo símbolo de entrega. Um(a) submissa(o) encoleirada(o) é considerado como propriedade ou parceira(o) de um(a) dominador(a). Pode ser usado também como equipamento em uma imobilização.

Consensual -

Atividades ou comportamentos acordados e de conhecimento de todos os que estão envolvidos. A consensualidade verdadeira exige que todos os participantes envolvidos em uma prática BDSM, sejam dominadores(as) ou submissos (as), tenham um mínimo de conhecimento do que vai ser feito e como vai ser feito, e tenham conhecimento dos possíveis riscos. No Brasil, a consensualidade ainda é algo pouco difundido e menos ainda praticada em seu sentido mais profundo. Não basta dizer, por exemplo, "vou te amarrar". Tem de existir tanto por parte do submisso como por parte do dominador o conhecimento de como fazê-lo, controlando os possíveis riscos e controlando todos os aspectos envolvidos. Sejam técnicos, teóricos, práticos ou psicológicos.

Contrato -

Um acordo escrito e formal entre as partes (dom e sub) definindo direito e obrigações de cada um. Estes contratos não têm qualquer valor jurídico, mas algumas vezes são utilizados para definir relacionamentos.

Crossdressing -

Ato de se vestir um homem de mulher ou mulher de homem. Mais comum entre homens submissos, do que em mulheres submissas, talvez por causas sociológicas. Em alguns grupos o homem submisso assume verdadeiramente o papel de mulher, inclusive servindo sexualmente. Uma espécie de travestismo.

Cruz em "X" ou Cruz de Santo André -

Cruz em forma de X, com argolas em todas as extremidades. Utilizada dentro do BDSM para imobilizar o escravo(a).

Disciplina -

O "D" do BDSM. Pode ser: punição, disciplina estruturada visando treinar o submisso(a), componentes de jogos de castigo/recompensa. A definição de Disciplina dentro do BDSM é muito ampla e será tratada em trabalho à parte.

Dogwoman -

(Do inglês: "dogwoman" - mulher cachorro) Ato do submisso(a) atuar e comportar-se como um cachorro ou cadela. Dentro do BDSM, deve comer em uma terrina, dormir aos pés da cama do dono(a), assumir posições previamente treinadas, etc...A prática de dogwoman requer adestramento como um cachorro/cadela.

Dorei -

(Do japonês: "Dorei". Tradução aproximada: escrava). Nome dado á mulher submetida ao Shibari (Ver: Shibari)

DST -

Doença Sexualmente Transmissível. Doenças que são transmitidas devido ao contato com fluídos corporais de outra pessoa.

Eletrodo -

Condutor metálico de vários formatos, por onde uma corrente elétrica entra no sistema ou sai dele. O eletrodo dentro do BDSM é usado para aplicação de impulsos elétricos no corpo humano. (Ver: "eletro-estimulação") Pode ter várias formas e tamanhos.

Eletroestimulação -

Práticas de eletroestimulação não são freqüentes dentro da comunidade BDSM. Talvez pelo perigo que potencialmente representam para a vida das pessoas envolvidas. Um ponto bastante reforçado por pessoas da comunidade é que eletroestimulação não é aplicação de choques elétricos e sim a possibilidade de dar ao parceiro(a) estímulos externos completamente diferentes e atuando profundamente no corpo. Esta prática requer conhecimentos de anatomia e eletricidade para se alcançar todo o potencial existente. Pode-se, segundo depoimentos de aficcionados, conseguir a estimulação involuntária de nervos e músculos no corpo, gerando desde uma simples sensação de "formigamento" até seguidos orgasmos. Existem aparelhos específicos para esta prática que limitam a corrente utilizada e advertem claramente em seu manual de instruções que toda e qualquer atividade com eletroestimulação deve ser feita da cintura para baixo. Esta prática é proibida aos portadores de marca-passo, cardiopatas e pessoas que sofrem de epilepsia. Também é desaconselhada para pessoas que têm "piercings" no corpo.

Endorfinas -

(Beta-Endorfinas) - Componente químico produzido naturalmente pelo organismo humano que está envolvido na percepção cerebral da dor. O nome é derivado de "endo" que significa interno e de "morfina". As endorfinas são quimicamente semelhantes aos opiáceos. A grande euforia descrita por alguns submissos(as) após sessões de BDSM onde a dor atinge níveis altos, em parte pode ser associada á liberação de endorfinas pelo corpo humano.

Enema -

Ato de se inserir no ânus e reto determinada quantidade de líquido, visando a humilhação, quebra de resistência psicológica ou preparo para o sexo anal. Também existe a palavra pouco utilizada "clister", em português, ou "klistier", em alemão, para designar enemas.

Escarificação -

A escarificação é o ato de provocar pequenas cicatrizes na pele com instrumentos cortantes, lixas, ou materiais abrasivos. Prática pouco freqüente na comunidade BDSM. Usada em situações de SM, e quase nunca encontrada em situações de BD e DS. Os cortes são superficiais e podem ter formas geométricas, letras, etc. Como há sangramento, o risco de transmissão de doenças é grande. É mais comum a auto-escarificação e existem sites na Internet dedicados a esta modalidade, que está pouco associada ao BDSM e vem ganhando espaço entre culturas alternativas. Socialmente encontrada em tribos africanas, algumas culturas da Polinésia e Oceania, são símbolos ritualísticos de passagem ou, na África, denotam o status marital de uma mulher.

Espéculo Vaginal -

Instrumento médico usado para se examinar a vagina, dilatando-a mecânicamente. Usado em práticas de exposição e jogos médicos. São feitos de plástico e descartáveis. Requer uma certa técnica a introdução de um espéculo na vagina.

Fang Chung Chu -

(Artes da Câmara Interior) É o coletivo para as práticas sexuais chinesas taoistas, praticadas para se conseguir a unidade com o Tao ou a imortalidade. São relatados casos de estados alterados de consciência ao se fazer uso desta prática. A muito grosso modo é o equivalente chinês ao Kama Sutra Indiano. Algumas práticas BDSM utilizam-se da técnica do Fang Chung Chu.

Fist Fucking -

Do inglês: Fist: punho + Fucking (meter, na gíria) . Uma das mais intensas práticas dentro do BDSM. Consiste na introdução da mão (punho) na vagina ou ânus. Tem mais adeptos dentro da comunidade gay, mas não está associada á práticas homossexuais dentro da comunidade BDSM. Inicialmente, o dominador(a) introduz vagarosamente os dedos, até conseguir um relaxamento muscular do parceiro(a). Deve existir uma grande cumplicidade entre o dominador(a) e o submisso(a) para esta atividade. Fisting requer tempo, atenção, cuidado e carinho. Com a lubrificação adequada, fisting não é necessariamente uma experiência dolorosa. De qualquer maneira, é consenso dentro da comunidade BDSM que a prática do fisting não é utilizada para causar dor e sim prazer no(a) parceiro(a) como uma forma intensa de penetração. Praticantes de Fist Fucking dizem que esta é uma atividade sensorialmente profunda, tanto para quem está recebendo como para quem está conduzindo. O fisting tem inúmeros componentes psicológicos: Pode remeter à uma sensação de violação, humilhação ou abandono. O punho é um símbolo de poder, literalmente. A introdução do punho dentro do corpo de um ser humano tem um enorme impacto tanto emocional quanto sexual, pois diferente de objetos artificiais (vibradores, butt plugs, etc.) a destreza e o movimento da mão provoca uma sensação única. Lembramos que a introdução de qualquer coisa no ânus/reto é uma atividade de alto risco, que pode resultar em hemorragia.

Fisting -

Inserção completa da mão na vagina (fisting vaginal) ou ânus (fisting anal). Esta prática requer tempo, conhecimento mútuo, relaxamento e paciência.

Gag, Ball Gag -

Instrumentos que são inseridos na boca para evitar que um submisso(a) possa falar. Podem ter a forma de bola, freio; podem ser rígidas ou moles. Não se devem usar as ballgags que possuem balão de inflar, pois podem induzir a um sufocamento. Deve-se também, ao se usar ballgags, convencionar uma "safe word" que possa ser entendida pelo dominador(a), como, por exemplo: batidas com as mãos ou pés, movimento de cabeça, ou algo similar, visando preservar a segurança da situação.

"Gatilhos Emocionais" -

Associações de palavras, gestos, ações, comportamentos ou situações que provocam e desencadeiam reações emocionais. Um bom dominador(a) deve possuir tato para perceber quais são os gatilhos que desencadeiam reações positivas e negativas em seus submissos(as). E deve ter responsabilidade para usá-los ou evitá-los também.

Golden Shower -

Técnica de humilhação, onde o dominador(a) urina no corpo do submisso(a)

Hojojutsu -

(Do japonês: "hojoju-tsu")
Também referido como Kinbaku
Técnica tradicional de encarceramento e tortura usada no Japão feudal pelos samurais e pela polícia, com 4 leis fundamentais:

1- Impedir o prisioneiro de escapar
2- Não causar nenhum dano físico ou mental ao prisioneiro
3- Não divulgar a técnica de hojojutsu a ninguém que não pertença ao clã
4- Ter uma concepção artística ao executar o hojojutsu

Do Hojojutsu originou-se o Shibari
O hojojutsu foi aplicado até meados de 1900 pela polícia local japonesa.

Kaviar -

Gíria na língua alemã para designar fezes entre os apreciadores de coprofagia.

Kimbaku -

(Do japonês "kimbaku"). Palavra usada no Japão para designar o Shibari. (Ver: Shibari)

Limites -

As fronteiras das atividades no BDSM acordadas e conversadas entre dominador(a) e submissa(o), definindo o que e até onde uma prática, uma cena ou um relacionamento podem ir. Limites devem ser obrigatoriamente respeitados. O limite se aplica às regras, cenas, práticas, níveis de dominação e submissão, duração das cenas, etc.



Masoquismo -

O gosto erótico pela dor, humilhação em ser dominado(a). Algumas vezes o termo é usado para designar a pessoa que gosta de dor mais intensa, ou que tem prazer em atividades que causem maior nível de dor.

Mentor -

Um conselheiro, alguém em quem se possa confiar plenamente, e que tenha um certo conhecimento de técnicas BDSM. É um amigo e instrutor, tanto para a parte técnica como para a parte conceitual do BDSM

Mumificação -

Prática de se imobilizar o submisso(a), enrolando o corpo deste com ataduras, plástico, filme de PVC transparente (Magipack), ou congênere, impossibilitando qualquer movimento. Cuidado especial deve ser tomado para se evitar asfixia. Algumas vezes a prática de mumificação induz o(a) submisso(a) a um estado eroticamente alterado de consciência, provocando um mergulho no interior de si mesmo.

Medical Play -

Consiste nas práticas com alguns objetos de uso médico. Os mais difundidos são: espéculos vaginais, espéculos retais, e ânsucópios. Enemas, cateteres, agulhas e fist fucking podem entrar em sessões de Medical Play. Luvas cirúrgicas descartáveis são comumente utilizadas. Existe aqui uma boa dose de exposição da região genital e, em função disso, pode-se pensar em estímulos sensuais subseqüentes decorrentes de exibicionismo e do prazer advindo da sensação de estar envergonhado, que se somam aos estímulos principais, provenientes da relação de "dominação/submissão".




Palmatória -

Pedaço de madeira ou borracha, pesada, as vezes furada, similar á uma raquete de ping-pong, mas ligeiramente afilada, utilizada para spanking.

Pelourinho -

Coluna de pedra ou madeira com argolas na parte superior para fixação de cordas ou algemas. Existem alguns modelos com argolas para fixação de tornozeleiras. Inicialmente usado para castigar escravos, dentro do BDSM é utilizado para imobilização de escravos(as).

Piercing -

Embora o piercing não esteja envolvido diretamente em práticas dentro do BDSM, hoje é amplamente usado dentro de um conceito estético. Reportamos casos de submissos(as) que usam piercings como forma de exteriorizar simbolicamente a entrega ao seu dominador(a). Registramos duas modalidades diferentes de piercings dentro do BDSM: as práticas temporárias, e o piercing como símbolo. Nas práticas temporárias são utilizadas agulhas ou piercings de calibres pequenos, e são mais comumente inseridos nos pequenos lábios vaginais na mulher, no escroto no homem, ou nos mamilos em ambos os sexos. Os piercings no escroto que reportamos foram feitos subcutâneos, não penetrando profundamente. Nos mamilos, ao invés do piercing em forma de argola, reportamos para os casos temporários, o uso de agulhas que transfixavam os mamilos onde eram pendurados pequenos pesos. Ao término da sessão eram retirados. Piercings definitivos são usados dentro do BDSM nos mamilos e região genital. Podem ser dispostos em formas simétricas na vagina ou escroto e ligados por pequenas correntes, dentro de jogos de imobilização. Piercings precisam ser feitos sob condições específicas que certamente não são as de uma sessão BDSM: Os instrumentos usados devem ser estéreis. O diâmetro do cateter guia (usado para fazer o furo) depende da densidade do tecido a ser perfurado. A pele é presa com uma pinça e aplicam-se agentes bactericidas no local. O cateter é inserido e o furo é feito. Retira-se o cateter e coloca-se o piercing, que deve ser de material hipoalergêncio. (ouro, platina, nióbio ou aço inoxidável cirúrgico). Piercings requerem de seis a oito semanas para cicatrização. Se for aplicado na região genital, a abstinência sexual durante este período é obrigatória. Lembramos que piercings podem causar hemorragia, necrose de tecido e danos a nervos. Técnicas diferentes aplicam-se a áreas diferentes do corpo. A escolha do calibre apropriado do cateter e do piercing é crucial.

Ponyboy -

Submisso treinado para agir e se comportar como um pony, ou cavalo.
É um pouco incomum dentro do BDSM o fetiche por ponyboys

Ponygirl -

Submissa treinada para agir e se comportar como um pony, ou cavalo.
Existem roupas e acessórios para ponygirls.

Privação Sexual -

Ato de impedir física ou mentalmente que o(a) submisso(a) tenha prazer. Pode ser aplicado tanto por voz de comando, caso haja um condicionamento para tal, como por meio de aparelhos para impedir as sensações físicas.

Proibição de Orgasmo -

Ato de proibir, apenas pela ordem verbal a obtenção de orgasmo por parte do submisso(a). É comum o(a) dominador(a) ordenar ao submisso(a) que não goze, a não ser que ordenado pelo dominador(a). Requer uma grande dose de concentração e auto-controle.





Restrições -

Uma variante da imobilização, onde se priva o(a) submisso(a) de alguns dos sentidos: a visão, a audição, a fala, etc. Na comunidade BDSM é comum o uso de vendas, mordaças ou gag-balls, tampões de ouvido, etc. visando gerar no(a) submisso(a) uma expectativa, uma tensão do que está por acontecer. Em formas mais pesadas de práticas BDSM se tem conhecimento do uso de sondas uretrais para controle das necessidades fisiológicas do submisso(a) e uso de cinto de castidade por tempo determinado, tanto em homens quanto em mulheres, impedindo o ato sexual tanto anal quanto vaginal. Outra atividade bastante popular é a "proibição" do gozo por parte do submisso(a), onde este deve aguardar a permissão de seu mestre ou dominador(a) para tal. Nota-se aqui o componente erótico que sempre está presente. O que se busca é prazer mútuo dentro do São, do Seguro e do Consensual.

Rimming -

É o sexo oral no ânus. Ato de lamber ou beijar o ânus.


Sexo Anal -

Embora largamente praticado fora do contexto BDSM, é utilizado como forma simbólica de posse e dominação ou de entrega e submissão. Alguns cuidados básicos devem ser tomados para o sexo anal: As doenças sexualmente transmissíveis, em especial a AIDS; a penetração vaginal logo após a penetração anal é outro descuido freqüente e serve de porta de entrada na vagina para bactérias que estão no ânus e reto, propiciando uma série de problemas para a mulher. A "perda das pregas" é um folclore. Ninguém perde pregas por praticar sexo anal. Exploram-se também as várias possibilidades do uso do ânus dentro do BDSM. Enemas, Fisting, butt-plugs para relaxamento dos esfíncteres, etc. Mas, basicamente, todos têm a mesma função: servir como veículo de prazer e simbolizar a entrega para outro(a) de algo que não é comum e, portanto, especial.


Shibari -

(Do Japonês: "Shibari" - amarrar)
Termo genérico utilizado atualmente para designar o bondage japonês.
Técnica de bondage extremamente estética, derivada do "Hojojutsu" (ver:- hojojutsu) e originária no Japão feudal, com profundas raízes na cultura Japonesa. Cada clã medieval japonês possuía sua própria técnica que era zelosamente guardada. Inicialmente era utilizada como forma de imobilização, castigo e punição aos prisioneiros.

O Shibari ou hojojutsu era aplicado pela polícia local e pelos samurais com dois objetivos principais: imobilizar a vítima e coloca-la em uma postura de submissão e humilhação.

O Shibari teve uma revalorização erótica á partir de 1960. No japão é formalmente conhecida como "Kinbaku-bi" e existem teatros especializados onde se pode, mediante pagamento de ingresso, assistir a um espetáculo de shibari. Os mestres de Shibari japonês são muito respeitados.
A mulher japonesa que é submetida ao shibari recebe o nome de "Dorei" - (Ver:- Dorei)

Spanking -

Nome utilizado dentro da comunidade BDSM para o ato de bater, notadamente na região das nádegas. Não se pode confundir o spanking dentro do BDSM e do S.S.C. com o ato da violência física. São situações diametralmente opostas. Nenhum dominador(a) ou submisso(a) corrobora ou aceita a idéia de que para entregar-se deve apanhar ou tomar uma surra. O spanking visa o prazer mútuo e é uma forma de se potencializar o desejo. Necessário fazer uma ressalva aqui, que em algumas culturas orientais, o ato de bater para estimular sensualmente é amplamente aceito e difundido, basta consultar o Kama Sutra No Brasil spanking engloba o ato de bater com as mãos, chicote, vara, chinelo ou palmatória. Nos Estados unidos e Europa, há uma distinção entre o Spanking, Whipping e "Canning". "Whipping" é qualquer atividade que envolva chicotes e Canning, que envolva varas. (bambu, rattan, etc.). No BDSM pratica-se o spanking de várias formas. Com a mão, aplicando-se palmadas, onde não é a força que importa, mas sim o ritmo e a constância; e com chicotes dos mais variados tipos, chibatas, chinelos, etc. Mas não com varas. Canning não é spanking. A prática de se bater com uma vara é extremamente perigosa e pode provocar sérias lesões internas. Raramente utilizada dentro do BDSM como forma de castigo severo. É consenso que o rosto e pescoço são áreas proibidas para spanking em virtude da quantidade de tecidos e órgãos que podem ser facilmente lesados. (ex: olhos, nariz, boca, cabeça). A maior parte das pessoas "SM" que gostam de punições corporais incluem o spanking em suas atividades. Uma cena de spanking começa com um "jogo" real ou imaginário de punição por alguma falta ou ato cometido pelo submisso(a) No contexto BDSM spanking é associado para aumentar a sensação de vulnerabilidade física do parceiro. Muitos fatores, entretanto, são comuns na figura do dominador(a): autoridade, coerção erótica, humilhação e representação da figura paterna, que podem despertar mecanismos de prazer no submisso(a). Havelock Ellis e, posteriormente, Wilhelm Stekel abordaram aspectos psicológicos das atividades de spanking que indicamos para quem quiser se aprofundar neste tema sob outra óptica.

Spread Bar -

Barras longas, usualmente de metal madeira com argolas e/ou furos em cada ponta, usadas em situações de imobilização para manter os braços ou pernas do submisso(a) afastadas.

Subspace -

Um estado físico e mental ocasionado pela liberação de endorfinas. As endorfinas podem ser liberadas devido ao "stress" ou á uma prática intensa e m uma sessão BDSM. Não é um acontecimento comum.

Sucção -

Sucção da pele ou de órgãos genitais, realizado com o auxílio de bomba de vácuo manual ou eletro-mecânica. Pequenos copos de vidro ou plástico, conectados por tubos plásticos e aplicados aos seios, genitais femininos ou masculinos.
Pela diferença de pressão, provoca-se o "inchaço" da região onde é aplicado. Se utilizado com muita pressão, deixa marcas circulares roxas.
A medicina chinesa utiliza uma técnica similar.

Switcher -

Do inglês "switch" (trocar) - Pessoa que tem prazer em atuar como dominador(a) e submisso(a).

Suspensão -

Técnica de imobilização onde o peso do(a) submisso(a) é totalmente ou parcialmente suspenso por algemas e tornozeleiras especiais. Não se faz suspensão só com cordas ou algemas ou tornozeleiras comuns. Esta prática requer cuidados especiais com o equipamento, fixação, tempo de permanência em suspensão e posição.

Sete por Vinte e Quatro (7/24) -

(De: 7 dias por semana, 24 horas por dia.) Filosofia dentro do BDSM onde, analisando de um modo simplista, as pessoas envolvidas se propõem a viver um relacionamento de Dominação/Submissão 24 horas por dia. Este tópico também é muito abrangente e merecerá estudo à parte.






Tickling -

Pratica aparentemente inocente, mas utilizada milenarmente pelos chineses como tortura menor. O tickling é o ato de se aplicar cócegas e beliscões em alguém. Psicologicamente perturbador, depois de um tempo transforma-se em uma poderosa forma de estímulo sensual. Existe um componente psicológico muito forte nas cócegas, talvez por remeter às "couraças musculares" tão bem tratadas por Reich . Normalmente o tickling é feito com o submisso(a) imobilizado para evitar fugas ou movimentos involuntários bruscos. O dominador(a) pode usar as mãos, penas, pequenos "rastelos", ou qualquer coisa que provoque cócegas. Se aplicado por muito tempo pode ocasionar incontinência urinária, o popular "urinar nas calças de tanto rir". Excluindo-se o nervosismo inicial, uma sessão de tickling libera uma quantidade considerável de endorfinas no cérebro. É comum o submisso sentir uma mistura de sensações de bem estar e esgotamento físico depois de uma sessão de tickling. O dominador(a) deve observar que uma sessão prolongada de cócegas pode ser extremamente perigosa.



Top -

Homem ou mulher que está na posição de dominação. (Do inglês: "top" em cima, acima)


Tortura Genital -

O princípio básico da tortura genital é provocar sensações profundas e intensas diretamente nas zonas erógenas do corpo. A intensidade e as atividades variam de pessoa para pessoa e de prática para prática. Reportamos um grande cuidado dos praticantes para que não se ultrapasse o ponto onde a dor deixa de estar associada ao prazer. A área genital e os mamilos estão sujeitos a danos irreversíveis mesmo sob "castigos" moderados e os praticantes são muito cautelosos neste tipo de atividade. Pode-se usar gelo, velas (parafina), "imobilização", prendedores, pesos e uma infinidade de equipamentos para se praticar tortura genital. Esta prática está na maioria das vezes inserida em um contexto mais amplo. É muito raro uma sessão só de tortura genital, entretanto muitos homens e mulheres são particularmente sensíveis a castigos genitais, estimulando o(a) Dominador(a) a gastar mais tempo nesta modalidade. A tortura genital no homem submisso é conhecida como CBT (Cock and Ball Torture) e compreende toda e qualquer prática visando a impossibilidade de ereção, dor e/ou castigo físico no pênis, bolsa escrotal e púbis.


Trampling -

É o ato de ser pisado(a) pelo dominador(a) estando este(a) descalço(a) ou com sapatos. Mais comumente observado no fetiche por pés. O risco do trampling é a pressão exercida por saltos altos muito finos, concentrando o peso do corpo do dominador(a) em uma área muito pequena. Novamente, cabeça, pescoço, plexo solar, e região genital são proibidos segundo relatos dos praticantes do BDSM. Admite-se o trampling na região genital, desde que feito sem sapatos, e dentro da tríade do S.S.C., o conceito de segurança é duplamente observado. Um trampling na região genital masculina pode causar sérias lesões e, até mesmo, a perda das gônadas. Trampling no pescoço invariavelmente conduz a morte.

TT (Tit Toture) -

Do inglês, tortura nos seios.



V



Velas - Cera -

Prática dentro do BDSM onde a parafina de uma vela é gotejada no corpo do submisso(a). Deve-se evitar derramar parafina muito de perto, bem como não se utilizar velas coloridas, porque o corante da parafina aumenta o ponto de liquefação da mesma. Velas coloridas, aromatizadas e similares, podem ocasionar queimaduras sérias.



Water Sports -

Na sexualidade humana, os mais profundos tabus são contra-balanceados pelo desejo de transgredir a fronteira tênue entre o permitido e o proibido. Neste tópico, abordaremos as atividades mais comuns associadas a Water Sports: enemas e golden shower (urina). Talvez, o desconforto que este assunto provoca explique a escassez de trabalhos e estudos sérios a respeito de Water sports como manifestação erótica. Mas o que é afinal Water Sports? É interesse erótico na eliminação, tanto natural como induzida (enemas) de fezes e urina. Clinicamente, os atos e práticas a ela associados são classificados como parafilias. Assim, Clismafilia é a erotização com enemas, Urofilia é o estímulo erótico por ver, entrar em contato, receber no corpo urina, ou urinar em alguém. Coprofilia é similar a Urofilia, mas envolve fezes, Cateterofilia é o estímulo erótico em usar ou aplicar em alguém um cateter, para controlar ou expelir urina. De todas estas práticas, os golden showers (ato de urinar ou receber urina no corpo do parceiro(a) e os enemas ( introdução de água no ânus, através de um irrigador) são as mais comuns). Toda e qualquer atividade de Water Sports tem um grau de risco. Um enema feito de uma maneira inadequada, por exemplo, pode ter conseqüências fatais. Urina, mesmo sendo um ambiente hostil para vírus e bactérias não está acima de infecções. Um cuidado muito grande durante as atividades foi observado em todas as descrições e relatos dos praticantes de Water Sports. Dentro do BDSM enemas e golden showers são formas utilizadas para simbolizar submissão e posse e também são utilizados como instrumentos em dominação mental, pois associam a sensação de uma profunda "entrega" (o cólon e reto dilatados por uma certa quantidade de água) à atividade de evacuar que o ser humano faz em absoluto isolamento. É uma experiência psicológica profunda receber um enema de um dominador(a), ter de reter este enema por uns 15 minutos, e depois ir ao banheiro sem poder fechar a porta para expelir o enema.

ENTREVISTAS E PESQUISAS

BDSM é um acrônimo para bondage, disciplina, dominação e submissão, e sadismo e masoquismo. O BDSM envolve ainda o fetichismo. Embora sejam classificadas como distúrbios sexuais pela medicina, tais atividades sexuais são regidas por um conjunto de “ferramentas de segurança e argumentação” – as quais incluem a chamada safe word, o respeito ao consentimento do parceiro e o conceito SSC (são, seguro e consentido) – criadas e definidas por seus praticantes no sentido de legitimar essas atividades e afastá-las do rótulo da perversão e da patologização. A internet tornou-se assim o principal espaço onde os praticantes do BDSM se comunicam para trocar experiências e organizar-se politicamente para combater o estigma e o preconceito que os perseguem, conforme afirma o pesquisador Bruno DallaCort Zilli no artigo “BDSM de A a Z: a despatologização através do consentimento nos ‘manuais’ da Internet”, desdobramento de sua dissertação de mestrado defendida no Instituto de Medicina Social (IMS/UERJ) em 2007.

Na pesquisa, feita pela internet, Zilli faz uma análise etnográfica do fluxo de informação contido na web, nos canais que permitem que os praticantes do BDSM entrem em contato uns com os outros, focando-se principalmente nos elementos textuais que contém informações sobre o BDSM, os quais o autor chama de “manuais”.

Um dos autores dos 20 artigos que compõem a coletânea “Prazeres Dissidentes”, que será lançada pelo CLAM e Editora Garamond nos dias 21 de outubro em São Paulo e 10 de novembro no Rio de Janeiro, Bruno Zilli explica nesta entrevista as maneiras pelas quais se constroem subjetividades e identidades coletivas a partir da prática BDSM, interpretando os discursos que seus praticantes utilizam para legitimá-la.

Como explicar ou conceituar o BDSM para além do acrônimo usado para defini-lo?

O próprio acrônimo já indica o esforço de legitimação que caracteriza o BDSM, por parte dos próprios adeptos, no sentido de ressignificar as práticas. Quem não pratica ou conhece o BDSM geralmente define estas atividades como sadomasoquismo, ou mais comumente, como perversões sexuais. No meu estudo eu as entendi como um conjunto de atividades sexuais que formam uma identidade sexual. Os seus adeptos se identificam como praticantes de BDSM, e alguns dizem “Eu sou BDSMista”.

Qual o papel e a importância do consentimento na prática do BDSM?

O senso comum considera o BSM como uma coisa patológica ou criminosa. No entanto, há um esforço entre seus adeptos em legitimá-lo, tornar a prática “politicamente correta”, que se dá através de “ferramentas argumentativas” como o conceito de SSC (que significa que a atividade é sã, segura e consentida). Nenhuma das atividades BDSM deve ser praticada sem que todos os indivíduos concordem com o que esteja acontecendo, para os envolvidos tem que haver consentimento. O dialogo é muito importante entre seus praticantes.

Esse diálogo se dá no sentido de negociar...

Sim, é necessário que cada praticante saiba tudo o que vai acontecer para que possa dar o seu aval. As pessoas entram em acordo sobre o que as excita e o que não, o que esperam do parceiro e o que não desejam, o que não consideram prazeroso. Nesse sentido podemos dizer que o BDSM também é um “jogo erótico”, praticado para estimular o prazer, mesmo que algumas vezes seja através da dor. Não necessariamente uma dor física, pois o prazer pode se dar através da “dor emocional”, uma humilhação simulada, por exemplo. E são esses elementos que dão o sentido erótico destas atividades: a dor e a humilhação.

Todas essas “ferramentas de segurança” e a simulação nos dão uma idéia de que se trata de um jogo cênico. Mas isto não acaba descaracterizando um pouco a prática, tendo em vista que a violência, neste caso, é a fonte do erótico?

De fato, alguns praticantes de BDSM consideram haver um elemento de atuação. Há inclusive debates dentro da comunidade BDSM sobre o que seria o “BDSM real”, e sobre quais os limites do consentimento ou da negociação. Contudo, há o estimulo baseado na dor, e esta é real. E isso é considerado prazeroso. Mas há também a idéia de cuidado e segurança. Por exemplo, os praticantes afirmam que é preciso saber como se amarra uma pessoa sem prender a sua circulação sanguínea. Também, por exemplo, ensinam que se deve evitar bater na região do torso, onde ficam os órgãos vitais. Alguns praticantes falam sobre como essa negociação é erótica em si mesma. A prática não deixa de ter um caráter erótico só porque está sendo “encenada”.

Pode-se perceber que o que se busca com estes cuidados é uma sexualidade legítima, e por isso todos os elementos ilegítimos são expurgados do BDSM, como a violência real. A violência é o principal elemento do BDSM, mas também é o que precisa ser “apaziguado”. Nesse sentido, é possível falar de uma “domesticação” da violência, que é elaborada através do consentimento em algo legítimo e aceitável – justamente porque é consentida.

Qual a relação do esforço dos argumentos de legitimação do BDSM e a medicina?

Os praticantes estão desenvolvendo todo esse conjunto de argumentação para afastar a prática BDSM da criminalidade e da patologia. As perversões são definidas no final do século XIX já com esses nomes que conhecemos – sadismo, masoquismo, o fetichismo a homossexualidade (que saiu deste rol na década de 70 graças aos esforços do movimento gay norteamericano) e se mantiveram estáveis enquanto categorias diagnósticas dentro das classificações psiquiátricas. Dentro da medicina, e da psiquiatria em especial, ainda são consideradas um comportamento patológico. Mas pelas definições médicas, o masoquista só consegue prazer através da dor, o sádico só consegue ter prazer causando esta dor, e o fetichista só se excita com algumas partes do corpo ou objetos específicos, como pés ou couro. Esta exclusividade de só conseguir o prazer em causar ou receber dor ou com certos fetiches é uma das características do diagnostico psiquiátrico para estes transtornos mentais. Entende-se que estes transtornos são realizados contra pessoas que não consentem serem alvo destes desejos. Mas, afirmam os praticantes de BDSM, é sempre consentido o que eles fazem, nunca estão agindo contra a vontade de alguém. Dessa maneira eles desassociam suas práticas das patologias sexuais, que não são consentidas. Além disto, os praticantes reconhecem que não dependem exclusivamente do BDSM para ter prazer, diferente da exclusividade que é descrita como patológica pelos manuais psiquiátricos.

Sua pesquisa analisa os “manuais” de BDSM na Internet, isto é, espaços virtuais onde circulam informações e argumentação sobre a prática, organizados pelos adeptos. Em que medida esses espaços são usados para legitimar essas atividades?

Há um conjunto de regras e definições que circulam em ambientes virtuais que são elaborados pelos praticantes, e que eu chamo de “manuais” - e que podem ser páginas, listas de discussão por e-mail e fóruns, e que não têm um formato único – embora o conteúdo seja sempre muito parecido. Nestes espaços da Internet o BDSM, seus conceitos, atividades e definições são debatidos e refinados pelos seus adeptos. O SSC, por exemplo, tem sua definição mais fechada, mas ainda existem diferenças e desacordos que vão sendo aos poucos negociados para alcançarem uma sintonia maior. Os próprios praticantes reconhecem nestes espaços que o consentimento tem fronteiras e limites, mesmo como uma ferramenta de legitimação e de segurança. Eles debatem esses limites, sempre buscando desenvolver um guia de práticas que sejam mais seguras e legítimas possíveis. Eles entendem que é preciso ter conhecimento para praticar o BDSM. A assimilação dessas regras é parte essencial da prática BDSM. Como saber usar a safe word para negociar o consentimento, por exemplo.

O que é a safe word?

Algum tipo de sinal – que pode ser uma palavra ou gesto – previamente combinado antes da atividade BDSM ser executada que, quando dado no meio da atividade, faz com que tudo pare, porque alguma coisa não está mais dando certo, alguém não está confortável com o que esta acontecendo ou algum limite foi ultrapassado. Por esse motivo, nunca são usadas palavras como “Não” ou “Pare”. A safe word tem que ser uma palavra que não remeta ao contexto erótico do que está sendo praticado. Pode ser uma palavra neutra, que descreva uma cor, como “Amarelo”.

Então ela é combinada previamente?

Sim. Sempre vai se combinar uma safe word, para caso aconteça algo que um participante não goste, mas que acabe sendo feito por seu(s) parceiros(s), ele tenha uma maneira clara e direta de comunicar seu incômodo. É por isso também que o conteúdo das atividades BDSM são geralmente pré-combinados. As práticas estão associadas ao gosto das pessoas. A pessoa que gosta de dominar ou de bater é conhecida como top, e a que gosta de apanhar ou ser submissa é definida como bottom. Há pessoas que se sentem à vontade para desempenhar os dois papéis dependendo com quem estejam. As pessoas que fazem as duas coisas são conhecidas como switchers. Mulheres podem ser tops, pois não é preciso ter um falo. Dominação e sadismo não estão ligados à penetração ou ao estímulo genital, necessariamente. Embora no vocabulário gay norteamericano bottom se refira a quem é penetrado na relação sexual, no BDSM o bottom poder agir como penetrador. Seu papel ainda é de submissão – ele penetra porque a outra pessoa o está “obrigando” a fazer isso dentro do contexto da “atuação” da dominação e submissão. Os praticantes de BDSM entendem que é importante conhecer todas essas definições e nomes.

Não seria este o papel do que você chama de “manuais” em seu trabalho?

Exatamente. O primeiro papel dos manuais é informar, e quem não conhece passa a ter a oportunidade de conhecer. O segundo é ajudar a pessoa que pratica o BDSM a falar dessas atividades de maneira a legitimá-las, explicar que existem regras e guias de atividades de como praticar com segurança o BDSM.

Qual a importância da internet para os praticantes do BDSM?

Além da possibilidade de acessar esse material, a Internet dá a possibilidade do anonimato, o que facilita entrar em contato com outras pessoas que têm gostos semelhantes. Mas também permite que as pessoas debatam e divulguem os conceitos e definições do BDSM. Ao fazer a pesquisa, percebi que havia uma grande quantidade de material online, facilmente acessível, e que o seu conteúdo é muito importante para entender o BDSM.

A preferência e o gosto pelo BDSM são algumas vezes explicados, nos discursos patologizantes, como resultado de algum tipo de trauma na infância da pessoa que o pratica. Como esse tipo de discurso é recebido no circuito pesquisado?

Os praticantes se afastam dessas afirmações. Dizem que é uma prática saudável e não identificam em si mesmos um percentual de traumas e abusos na infância. Um dos esforços principais dos praticantes de BDSM, e que aparece também nos manuais e nos argumentos ao redor do consentimento, é escapar da idéia de que estas atividades são patológicas e abusivas. Os praticantes dizem que não dá para explicar o prazer pela dor, assim como não se explica a orientação sexual de uma pessoa. Definem suas práticas como um direito de exercer sua sexualidade – sem deixar de entender que possuem deveres, que seria a responsabilidade de respeitar o consentimento alheio em participar ou não destas atividades.

O QUE É OU SIGNIFICA BDSM?

BDSM

BDSM é um acrónimo para a expressão Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo um grupo de padrões de comportamento sexual humano. A sigla descreve os maiores subgrupos:

* Bondage e Disciplina (BD)
* Dominação e Submissão (DS)
* Sadismo e Masoquismo/ou Sadomasoquismo (SM)

Prática de BDSM

BDSM é um acrônimo para Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo. O BDSM tem o intuito de trazer prazer sexual através da troca erótica de poder, que pode ou não envolver dor, submissão, tortura psicológica, cócegas e outros meios. Por padrão, a prática é provocada pelo(a) Dominador(a) e sentida pelo(a) Submisso(a). Muitas das práticas BDSM são consideradas, num contexto de neutralidade ou não sexual, não agradáveis, indesejadas, ou desvantajosas. Por exemplo, a dor, a prisão,a submissão e até mesmo as cócegas são, geralmente, inflingidas nas pessoas contra a sua vontade, provocando essas sensações desagradáveis. Contudo, no contexto BSDM, estas práticas são levadas a cabo com o consentimento mútuo entre os participantes, levando-os a desfrutarem mutuamente. O conceito fundamental sobre o qual o BDSM se apóia é que as práticas devem ser SSC (São, Seguro e Consensual). Atividades de BDSM não envolvem necessariamente a penetração mas, de forma geral, o BDSM é uma atividade erótica e as sessões geralmente são permeadas de sexo. Em geral o limite pessoal de cada um não é ultrapassado, apesar de pedir para o dominador parar não adianta pois faz parte, para esse fim é utilizada a SAFEWORD (palavra de segurança) que é pré-estabelecida entre as partes.
BDSM e Sexo Seguro

Os praticantes responsáveis e maduros do BDSM primam pela segurança nos relacionamentos, envolvendo ou não sexo. Especialmente quando as práticas envolvam uso de instrumentos que possam ferir a pele da pessoa submissa.

Quando o relacionamento envolvendo sexo se dá de forma não-exclusiva, com múltiplos parceiros, é absolutamente essencial a utilização de proteção do tipo "camisinha", seja ela masculina ou feminina. Além disso há procedimentos para limpeza e esterilização de instrumentos que sejam usados por mais de uma pessoa, evitando, dessa forma, possibilidade de propagação de doenças, sejam ou não DSTs.



A coleira é um símbolo de submissão muito popular entre os praticantes de BDSM.

Marquês de Sade

Antes de iniciar as histórias e aventuras de um DOM, vou explicar primeiro quem foi o Marquês de Sade,pois algumas pessoas ainda me perguntam quem foi este. Logo após esta aula começarei a relatar o dia a dia e aventuras de um DOM,ou seja eu.


MARQUÊS DE SADE - Quem foi?

Donatien Alphonse François de Sade
, o marquês de Sade, (Paris, 2 de junho de 1740Saint-Maurice, 2 de dezembro de 1814) foi um aristocrata francês e escritor libertino. Muitas das suas obras foram escritas enquanto estava em um hospício, encarcerado por causa de seus escritos e de seu comportamento. De seu nome surge o termo médico sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros. Foi perseguido tanto pela monarquia (Antigo Regime) como pelos revolucionários vitoriosos de 1789 e depois por Napoleão.

Cronologia

  • 1740 - Nasce em Paris em 2 de junho. Vive dos quatro aos dez anos de idade no Comtat-Venaissim.
  • 1750 - Estuda no Collège Louis-le-Grand e também com preceptor particular.
  • 1754 - É admitido na Escola da Cavalaria Ligeira.
  • 1755 - Torna-se subtenente do regimento de infantaria do rei.
  • 1757 - É promovido a oficial. Tem início a Guerra dos Sete Anos.
  • 1759 - Torna-se capitão do regimento de cavalaria de Bourgogne.
  • 1763 - É desmobilizado e casa-se com Reneé-Pélagie de Montreuil. Passa quinze dias na prisão de Vincennes por "extrema libertinagem".
  • 1764 - É recebido pelo parlamento de Bourgogne no cargo de lugar-tenente geral das províncias de Bresse, Bugey, Valromey e Gex.
  • 1765/1766 - Mantém relacionamentos públicos com atrizes e dançarinas.
  • 1767 - Falece o conde de Sade, seu pai, e nasce o seu primeiro filho, Louis Marie de Sade.
  • 1768 - Primeiro grande escândalo: a mendiga Rose Keller processa o Marquês por maus tratos, em Arcueil. Sade é detido em Saumur por quinze dias, e depois em Pierre-Encise, perto de Lyon, por sete meses. Festas e bailes sucedem-se em seu castelo de La Coste, na Provence.
  • 1769 - Nasce seu segundo filho, Donatien Claude Armand de Sade.
  • 1771 - Nasce sua filha, Madeleine Laure de Sade.
  • 1772 - Segundo grande escândalo: em Marselha, quatro prostitutas processam Sade e seu criado Latour por flagelações, sodomia e ingestão forçada de uma grande quantidade de cantárida (pó de asas de besouros africanos, capaz de provocar estado de excitação sexual no homem e na mulher) afrodisíaco. É condenado à morte por sodomia. Foge para a Itália. Na cidade de Aix-en Provence, a 12 de setembro, é executado junto com Latour em efígie (isto é, bonecos simbolizando Sade e seu criado foram publicamente executados, na ausência dos verdadeiros réus). Detido em Chambéry, é encarcerado em Miolans, na Savoie.
  • 1773 - Foge em Miolans. Sua sogra, madame de Montreul, obtém licença do rei para prendê-lo e confiscar seus documentos, mas sem resultado.
  • 1774 - Isola-se em seu castelo em La Coste.
  • 1775 - Organiza diversas orgias em seu castelo. Risco de novo escândalo. Foge novamente para a Itália.
  • 1776 - Volta à França.
  • 1777 - Falece sua mãe, madame de Sade. É capturado em Paris e encarcerado em Vincennes.
  • 1782 - Finaliza o Dialogue entre un prêtte et un moribond.
  • 1784 - É transferido para a Bastilha.
  • 1785 - Conclui Les Cent vingt journées de Sodome.
  • 1787 - Redige contos e pequenas histórias.
  • 1788 - Escreve Eugénie de Franval e Justine, Les infortunes de la ventu. Organiza um catálago de suas obras.
  • 1789 - Provavelmente neste ano, conclui Aline Et Valcour. É transferido precipitadamente para Charenton, na noite de 3 de julho para 4 de julho. Com a tomada da Bastilha, são pilhados seus documentos e bens pessoais.
  • 1790 - É libertado de Charenton. Inicia sua ligação com Marie-Contance Quesnet, que não mais o abandonará.
  • 1791 - Publica clandestinamente Justine ou Les malheurs de la vertu. Escreve seu primeiro texto político. É também o ano da primeira montagem de Oxtiern.
  • 1792 - O castelo de La Coste é pilhado. Le Suborneur é levado à cena, sem sucesso.
  • 1793 - Redige novos textos políticos. É mais uma vez acusado e detido.
  • 1794 - Prisioneiro em Carmes, Saint-Lazane, na casa de saúde de Picpus. É condenado à pena de morte e posteriormente liberado.
  • 1795 - Publica clandestinamente La philosophie dans le boudoir e, oficialmente, Aline et Valcour.
  • 1796 - "Oxtiern" é levado novamente à cena, agora em Versalhes, onde seu autor vive de forma muito modesta. A ele cabe o papel de Fabrice.
  • 1800 - Publica oficialmente Oxtiern e Crimes de l'amour, e, clandestinamente, La nouvelle Justine.
  • 1801 - É detido na editora Massé, que publica suas obras, onde também ocorre a apreensão da edição ilustrada em dez volumes de La nouvelle Justine e também de Juliette. Permanece preso em Saint-Pálagie e depois em Bicêtre.
  • 1803 - A família obtém suas transferência para Charenton, onde ele passa a organizar espetáculos com os "loucos", que se tornam atração para visitas da aristocracia parisiense.
  • 1807 - Escreve Journées de Florbelle. Os manuscritos desse livro, apreendidos em seu quarto, seriam queimados em praça pública por seu próprio filho, depois de sua morte.
  • 1813 - Publica oficialmente La Marquise de Gange
  • 1814 - Morre em 2 de dezembro, em Charenton.

Filosofia

Além de escritor e dramaturgo, foi também filósofo de ideias originais, baseadas no materialismo do século das luzes e dos enciclopedistas. Lido enquanto teoria filosófica, "o romance de Sade oferece um sistema de pensamento que desafia a concepção de mundo proposta pelos dois principais campos filosóficos no contexto da França pré-republicana: o religioso e o racionalista".[1] Sade era adepto do ateísmo e era caracterizado por fazer apologia ao crime (já que enfrentar a religião na época era um crime) e a afrontas à religião dominante, sendo, por isso, um dos principais autores libertinos - na concepção moderna do termo. Em suas obras, Sade, como livre pensador, usava-se do grotesco para tecer suas críticas morais à sociedade urbana. Evidenciava, ao contrário de várias obras acerca da moralidade - como por exemplo o "Princípios da Moral e Legislação" de Jeremy Bentham- uma moralidade baseada em princípios contrários ao que os "bons costumes" da época aceitavam; moralidade essa que mostrava homens que sentiam prazer na dor dos demais e outras cenas, por vezes bizarras, que não estavam distantes da realidade. Em seu romance Os 120 Dias de Sodoma, por exemplo, nobres devassos abusam de crianças raptadas encerrados num castelo de luxo, num clima de crescente violência, com coprofagia, mutilações e assassinatos - verdadeiro mergulho nos infernos.

Obras de Sade

Duas personagens criadas por Sade foram suas idéias fixas durante décadas: Justine (que se materializou em várias versões de romance, ocupando muitos volumes), a ingênua defensora do bem, que sempre acaba sendo envolvida em crimes e depravações, terminando seus dias fulminada por um raio que a rompe da boca ao ânus quando ia à missa, e Juliette, sua irmã, que encarna o triunfo do mal, fazendo uma sucessão de coisas abjetas, como matar uma de suas melhores amigas lançando-a na cratera de um vulcão ou obrigar o próprio papa a fazer um discurso em defesa do crime para poder tê-la em sua cama. As orgias com o papa Pio VI em plena Igreja de São Pedro, no Vaticano, fazem parte da trama sacrílega e ultrajante do romance Juliette, com a fala do pontífice transformada em agressivo panfleto político: A Dissertação do Papa sobre o Crime. Sade tinha o costume de inserir panfletos político-filosóficos em suas obras. O panfleto Franceses, mais um Esforço se Quiserdes Ser Republicanos, que prega a total ruptura com o cristianismo, foi por ele encampado ao romance A Filosofia na Alcova, no qual um casal de irmãos e um amigo libertino seqüestram e pervertem uma menina, fazendo-a matar empalada a própria mãe que tenta resgatá-la no final.


Precursor da revolução sexual

Além de patrono do surrealismo, Sade é considerado um dos pioneiros da revolução sexual, com suas ideias libertárias e permissivas, e um dos primeiros a ter uma visão moderna da homossexualidade, pois defende a existência de diferentes orientações sexuais para a humanidade. Em Os 120 Dias de Sodoma, chega a satirizar o predomínio do pensamento heterossexual e a milenar condenação à morte de comportamentos considerados desviantes: no romance, ele inverte a situação e dessa vez humilha a heterossexualidade, que é punida com a morte pelas regras libertinas do castelo em que se realizam as excrementosas, sangrentas e incestuosas orgias, regadas a homossexualidade e sodomia. A obra de Sade, constantemente proibida, serviu de base para a Psychopathia sexualis de Kraft-Ebing, que classificou as parafilias e incluiu nelas o sadismo, conceito que também seria muito importante para Freud e seus seguidores, como Melanie Klein, em cuja obra o termo sadismo costuma ser exaustivamente repetido. Hoje considerado um clássico maldito, pois passou quase trinta anos preso mais por suas ideias e por seu comportamento sexual do que por seus crimes, Sade só começou a ser valorizado pelos surrealistas, no começo do século 20.

Surrealismo e psicanálise

Tanto o surrealismo como a psicanálise encamparam a visão da crueldade egoísta que a obra de Sade expõe despudoradamente. Um exemplo de influência do Marquês de Sade na arte do século 20 é o cineasta espanhol Luis Buñuel, que em vários filmes faz referências explícitas a Sade: em A Idade do Ouro, por exemplo, retrata a saída de Cristo e dos libertinos do castelo das orgias de Os 120 Dias de Sodoma. O sadismo também está explícito nas imagens mais surrealistas produzidas por Buñuel, como a navalha cegando o olho da mulher em O Cão Andaluz. Também há fortes referências sadianas em A Bela da Tarde e em Via Láctea, no qual aparece uma Cena em que Sade converte uma indefesa menina ao ateísmo. A influência de Sade pode ser notada também em autores como o dramaturgo francês Jean Genet, homossexual, ladrão e presidiário, que retoma muitos dos temas do marquês, também desenvolvidos em ambientes carcerários franceses.

Questão da homossexualidade

A questão da suposta homossexualidade de Sade ("Terá sido Sade um pederasta?") foi formulada pela escritora francesa Simone de Beauvoir no clássico ensaio 'É preciso Queimar Sade? - Privilégios'. A autora conclui pela heterossexualidade de Sade, que sempre amou mulheres tolerantes a suas aventuras, embora tivesse um comportamento sexual atípico, defendendo o coito anal e chegando a pagar criados para sodomizá-lo publicamente em suas orgias, das quais a primeira mulher, Renné de Sade, teria participado. Atualmente, estudiosos da cultura e da literatura, como o jornalista Ottaviano de Fiore, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), compartilham a opinião de Simone de Beauvoir, creditando o comportamento e a imaginação literária do autor de 'Os 120 Dias de Sodoma' a neuroses relacionadas a parafilias, como o gosto pelo lixo e pela sujeira, que na ficção sadeana desembocam na apologia do crime e na erotização da fealdade e das mais atrozes torpezas. "A crítica que faço à pergunta de Simone de Beauvoir é que, posta em sua época, ela remete à visão de seres humanos descontínuos,isto é, não vê, como atualmente se vê, um continuum humano, mas vê um mundo repartido em que gays e outras minorias seriam descontínuos em relação a um padrão de ser humano dito normal, isto é, o gay seria o outro, que não partilharia da mesma condição humana, ponto de vista hoje considerado preconceituoso e racista, pois o padrão de ser humano mudou", afirmou Ottaviano de Fiore.

Velhice e Legado

Na velhice, já separado de Renné, sua primeira mulher, mas, como sempre, preso por causa de suas idéias e de seu comportamento libertino, foi amparado pela atriz Marie-Quesnet, que mudou-se com ele para o Hospício de Charenton. Nessa época, sob o olhar tolerante de Marie-Quesnet, enamorou-se da filha de uma carcereira que tinha 14 anos quando o conheceu. Todos esses fatos estão rigorosamente documentados por Gilbert Lely, o mais importante biógrafo de Sade, compilador de suas cartas e autor do clássico 'Vida do Marquês de Sade'. Morreu aos 74 anos, amado por duas mulheres, com quem planejava produzir peças teatrais pornográficas quando um dia saísse do hospício.

Obras do autor

Ilustração do seu livro Juliette em 1800.

Cinema

Muitos filmes foram feitos sobre o autor e sobre a teoria de suas obras.


Cronologia

  • 1740 - Nasce em Paris em 2 de junho. Vive dos quatro aos dez anos de idade no Comtat-Venaissim.
  • 1750 - Estuda no Collège Louis-le-Grand e também com preceptor particular.
  • 1754 - É admitido na Escola da Cavalaria Ligeira.
  • 1755 - Torna-se subtenente do regimento de infantaria do rei.
  • 1757 - É promovido a oficial. Tem início a Guerra dos Sete Anos.
  • 1759 - Torna-se capitão do regimento de cavalaria de Bourgogne.
  • 1763 - É desmobilizado e casa-se com Reneé-Pélagie de Montreuil. Passa quinze dias na prisão de Vincennes por "extrema libertinagem".
  • 1764 - É recebido pelo parlamento de Bourgogne no cargo de lugar-tenente geral das províncias de Bresse, Bugey, Valromey e Gex.
  • 1765/1766 - Mantém relacionamentos públicos com atrizes e dançarinas.
  • 1767 - Falece o conde de Sade, seu pai, e nasce o seu primeiro filho, Louis Marie de Sade.
  • 1768 - Primeiro grande escândalo: a mendiga Rose Keller processa o Marquês por maus tratos, em Arcueil. Sade é detido em Saumur por quinze dias, e depois em Pierre-Encise, perto de Lyon, por sete meses. Festas e bailes sucedem-se em seu castelo de La Coste, na Provence.
  • 1769 - Nasce seu segundo filho, Donatien Claude Armand de Sade.
  • 1771 - Nasce sua filha, Madeleine Laure de Sade.
  • 1772 - Segundo grande escândalo: em Marselha, quatro prostitutas processam Sade e seu criado Latour por flagelações, sodomia e ingestão forçada de uma grande quantidade de cantárida (pó de asas de besouros africanos, capaz de provocar estado de excitação sexual no homem e na mulher) afrodisíaco. É condenado à morte por sodomia. Foge para a Itália. Na cidade de Aix-en Provence, a 12 de setembro, é executado junto com Latour em efígie (isto é, bonecos simbolizando Sade e seu criado foram publicamente executados, na ausência dos verdadeiros réus). Detido em Chambéry, é encarcerado em Miolans, na Savoie.
  • 1773 - Foge em Miolans. Sua sogra, madame de Montreul, obtém licença do rei para prendê-lo e confiscar seus documentos, mas sem resultado.
  • 1774 - Isola-se em seu castelo em La Coste.
  • 1775 - Organiza diversas orgias em seu castelo. Risco de novo escândalo. Foge novamente para a Itália.
  • 1776 - Volta à França.
  • 1777 - Falece sua mãe, madame de Sade. É capturado em Paris e encarcerado em Vincennes.
  • 1782 - Finaliza o Dialogue entre un prêtte et un moribond.
  • 1784 - É transferido para a Bastilha.
  • 1785 - Conclui Les Cent vingt journées de Sodome.
  • 1787 - Redige contos e pequenas histórias.
  • 1788 - Escreve Eugénie de Franval e Justine, Les infortunes de la ventu. Organiza um catálago de suas obras.
  • 1789 - Provavelmente neste ano, conclui Aline Et Valcour. É transferido precipitadamente para Charenton, na noite de 3 de julho para 4 de julho. Com a tomada da Bastilha, são pilhados seus documentos e bens pessoais.
  • 1790 - É libertado de Charenton. Inicia sua ligação com Marie-Contance Quesnet, que não mais o abandonará.
  • 1791 - Publica clandestinamente Justine ou Les malheurs de la vertu. Escreve seu primeiro texto político. É também o ano da primeira montagem de Oxtiern.
  • 1792 - O castelo de La Coste é pilhado. Le Suborneur é levado à cena, sem sucesso.
  • 1793 - Redige novos textos políticos. É mais uma vez acusado e detido.
  • 1794 - Prisioneiro em Carmes, Saint-Lazane, na casa de saúde de Picpus. É condenado à pena de morte e posteriormente liberado.
  • 1795 - Publica clandestinamente La philosophie dans le boudoir e, oficialmente, Aline et Valcour.
  • 1796 - "Oxtiern" é levado novamente à cena, agora em Versalhes, onde seu autor vive de forma muito modesta. A ele cabe o papel de Fabrice.
  • 1800 - Publica oficialmente Oxtiern e Crimes de l'amour, e, clandestinamente, La nouvelle Justine.
  • 1801 - É detido na editora Massé, que publica suas obras, onde também ocorre a apreensão da edição ilustrada em dez volumes de La nouvelle Justine e também de Juliette. Permanece preso em Saint-Pálagie e depois em Bicêtre.
  • 1803 - A família obtém suas transferência para Charenton, onde ele passa a organizar espetáculos com os "loucos", que se tornam atração para visitas da aristocracia parisiense.
  • 1807 - Escreve Journées de Florbelle. Os manuscritos desse livro, apreendidos em seu quarto, seriam queimados em praça pública por seu próprio filho, depois de sua morte.
  • 1813 - Publica oficialmente La Marquise de Gange
  • 1814 - Morre em 2 de dezembro, em Charenton.